domingo, 8 de novembro de 2009

TP1 - Linguagem e Cultura






Variantes Linguísticas



Dia 24/10/2009, no auditório da Secretaria Municipal de Educação de Paranaguá, iniciamos a segunda etapa do GESTAR II, tratando do tema “Variantes linguísticas: dialetos e registros”. Apresentamos aos professores o vídeo “Línguas- Vidas em Português”, e falamos sobre como a fala se modifica, conforme a história pessoal de cada indivíduo, com sua formação escolar e cultural, com as influências que recebe do grupo social a que pertence, com suas intenções, etc. Apresentamos umas considerações de Luiz Carlos Travaglia: Dialeto social e identidade grupal Certos grupos sociais fazem questão de utilizar uma linguagem própria. O linguista Luiz Carlos Travaglia explica por quê: Os dialetos sociais exercem na sociedade um papel de identificação grupal, isto é, o grupo ganha identidade pela linguagem. Isso, com frequência, tem implicações políticas, quando os grupos querem se opor e marcar a participação e integração das pessoas nas lutas, ideias, reivindicações, etc, do grupo.Quando a diferença de uma variedade social é muito grande em relação às demais, o dialeto social pode servir como meio de ocultamento, que permite aos membros do grupo se comunicarem livremente sem sofrer qualquer tipo de atitude ou ação de outros segmentos sociais. (Gramática e Interação - Uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo; Cortez, 1996. p. 45) O texto de humor veiculado na INTERNET em 2003 serviu de ponte para a atividade seguinte.

Recadoseglitters.com

Assaltante nordestino

___ Ei, bichim... Isso é um assalto... Arriba os braços e num se bula, nem faça muganga... Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora! Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu to com uma fome da moléstia...

Assaltante mineiro

___ Ô sô, prestenção... Isso é um assarto, uai... Levanta os braços e fica quetim quesse trem na minha mão tá cheio de bala... Mio passá logo os trocado que eu num to bão hoje. Vai andando, uai! Ta esperando o quê, uai!

Assaltante gaúcho

___O, guri, ficas atento... Bah, isso é um assalto... Levantas os braços e te aquietas, tchê! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas pra cá! E te manda a La cria, senão o quarenta e quatro fala.

Assaltante carioca

___Seguinte bicho... Tu te deu mal. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta os braços, rapá... Não fica de bobeira que eu atiro bem pra... Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto...

Assaltante baiano

___Ô meu rei... (longa pausa) Isso é um assalto... (longa pausa) Levanta os braços, mas não se avexe não... (longa pausa). Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana bem devagarinho (longa pausa). Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado... Não esquenta meu irmãozinho (longa pausa). Vou deixar teus documentos na encruzilhada...

Assaltante paulista

___Orra meu... Isso é um assalto meu... Alevanta os braços, meu... Passa a grana logo, meu... Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo do Corinthians, meu... Pô, se manda, meu... ............................................................................................................................................................................

Após a leitura em voz alta, com a devida entonação, analisamos o texto e concluímos que ele retrata várias cenas de assalto, cada uma delas situada em um Estado ou região diferente do país. A fala do assaltante tem sempre o mesmo conteúdo, enquanto o uso da linguagem e o modo como o assalto é conduzido mudam de uma situação para outra. Sugerimos aos professores que produzissem um texto baseado no texto acima, considerando a fala e a cultura de Paranaguá . Algumas produções de nossos professores:


Assaltante parnanguara

__Ei cara , demorô ! Passa logo a magrela e a cartera aí mané, que eu to com uma larica do cão e quero rangar, né . Não demora senão o bagulho vai pegá pro teu lado.

___Daí cara... não inventa arte, que o berro tá carregado. Passa tudo e não demora, senão eu te dole uma que... Passa logo ...Meu caneco ! Que carinha devagar ...olha que eu te pego nas quebrada.

Avançando na Prática Realizamos, junto com os professores, a leitura de um texto, que dá suporte ao Avançando na Prática a ser trabalhado na semana. O texto registra algumas gírias utilizadas por grupos ligados ao Rap e ao movimento Hip Hop em geral .

Dicionário dos manos


Mano não vai embora, vaza.

Mano não briga, arranja treta.

Mano não bebe, chapa o coco.

Mano não cai, toma um capote.

Mano não entende, se liga.

Mano não passeia, dá um role.

Mano não come, ranga.

Mano não entra, cai pra dentro.

Mano não fala, troca ideia.

Mano não dorme, apaga.

Mano nunca tá apaixonado, tá a fim.

Mano não namora, dá uns cato.

Mano não mente , dá um migué.

Mano não ouve música, curte um som.

Mano não se dá mal, a casa cai.

Mano não acha interessante, acha bem loco.

Mano não tem amigo, tem uns truta/uns camarada.

Mano não mora em bairro , se esconde nas quebrada.

Mano não vai para o Guarujá, cai pro litoral.

Mano não tem namorada, tem mina.

Mano não faz algo legal, faz umas parada firmeza.

Mano não é gente , é mano. E para finalizar: “Sangue na veia de mano não corre... tira racha”. CERTO, MANO?!

(Texto extraído da INTERNET )

A lição de casa é orientar os alunos a elaborarem um dicionário de gírias dos jovens de Paranaguá.


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